Entrevista com Fernando Peiter, Diretor de Marketing e Vendas

O desenvolvimento do mercado de transporte vertical caminha em conjunto com o da construção civil. À medida que as construções de prédios e edifícios aumentam, o mercado de elevadores é impulsionado e é necessário criar soluções para implementar novas tecnologias. 

Em entrevista, Fernando Peiter, Diretor de Marketing e Vendas da Otis para América Latina, falou sobre as tendências do mercado da construção civil e sua relação com o setor de transporte vertical. Acompanhe!

Mercado da construção civil e o transporte vertical 

O mercado da construção civil exerce um papel fundamental para o crescimento da mobilidade vertical. A construção de novos empreendimentos, sobretudo aqueles mais altos, aumentam a necessidade de transportar as pessoas com segurança, rapidez e eficiência.

Esses grandes empreendimentos estão em ascensão no mercado imobiliário, especialmente em grandes metrópoles, onde a procura por moradia ou uso comercial é maior. 

Com isso, os elevadores e escadas rolantes, por exemplo, precisam oferecer não só segurança, mas incluir recursos de acessibilidade e criar soluções inteligentes e sustentáveis. Diante desse cenário, os edifícios são valorizados e o custo do metro quadrado aumenta consideravelmente.

Cenário atual da construção civil e as soluções de transporte vertical

Fernando Peiter é Diretor de Marketing e Vendas na Otis há cerca de nove anos. Por meio de conexões com as principais construtoras no Brasil, impulsiona o crescimento e a modernização de elevadores nas cidades brasileiras. Ele conta que apesar da pandemia, o mercado da construção civil no Brasil teve um bom crescimento, pois as construtoras já tinham um banco de lançamentos. 

Porém, este ano, o aumento das taxas de juros, impactou novas construções. “Eu li uma reportagem essa semana que falava sobre uma queda em relação ao mesmo período do ano passado, de algo em torno de 7% a 10% de queda de novos de lançamentos”, comenta. 

O profissional diz que até o primeiro semestre do próximo ano, o setor do transporte vertical ainda pode ser afetado. Contudo, entende que a retomada dos segmentos do Minha Casa Minha Vida podem equilibrar esse mercado lá na frente. “Esse é o cenário que a gente vê, a conexão da construção civil com os elevadores, pois se não tem prédio novo não tem elevador”, aponta.

Desafios da construção civil e do setor de elevadores

Segundo Fernando, é fundamental trabalhar em conjunto com as construtoras para entender onde melhorar, principalmente no que diz respeito à instalação dos elevadores. Para ele, é um ponto significativo que gera produtividade e redução de custos.

“Esse relacionamento mais próximo entre construtora e fornecedor é algo extremamente importante.” Dessa forma, “é possível instalar o equipamento o mais rápido possível e sem atraso para ambos os lados”, explica. 

Esse trabalho em conjunto é um fator crucial e, neste último ano, foi impactado pela pandemia. Os principais motivos foram mão de obra e disponibilidade de peças do mercado geral que prejudicaram, não só o segmento de elevadores.

A transformação digital para aprimorar produtos e serviços

Fernando informa que, de modo geral, há diversas iniciativas sendo realizadas pela Otis, desde a implantação de equipamentos novos até a parte de serviços. Algumas já estão funcionando e outras vão acontecer num futuro próximo. 

Ele explica que na parte de serviços, os técnicos estão conectados com a empresa, recebendo informações no celular. “Hoje, cada técnico tem o seu aparelho e consegue ver os dados e as informações das unidades em manutenção”

Na parte tecnológica do equipamento, Fernando conta que os sistemas dos elevadores já podem totalmente integrados com outros sistemas do condomínio, como os de segurança. Além disso, a Otis Brasil está se preparando para lançar elevadores que utilizarão IoT (Internet das Coisas), inovação que vai facilitar ainda mais a conexão entre os dispositivos.

Outra inovação é o desenvolvimento de um piloto com construtoras parceiras para instalar novos equipamentos de acordo com o crescimento da obra. “Vamos montando o elevador e, principalmente, instalando as portas, então a construtora pode fazer o acabamento de andar por andar.” 

Tendências para sustentabilidade e eficiência energética

A eficiência energética já é uma realidade na Otis desde o lançamento dos elevadores Gen2. O equipamento possui a tecnologia de energia regenerativa por meio de drives. “Isso significa que a máquina do elevador, às vezes, funciona como motor e outras como gerador”, explica Fernando. 

Essa tecnologia distribui a energia de volta para o prédio para realimentar outros elevadores e equipamentos no local. Dependendo das características do prédio e da quantidade de viagens diárias, pode gerar até 75% de economia energética em uma operação residencial e comercial.

Sobre minimizar os impactos ambientais, Fernando cita a evolução do elevador Gen2 que, atualmente, conta com cintas compostas por fios de aço revestidos com poliuretano. Elas não necessitam de lubrificação, “então não há riscos de vazamento, concentração de óleo e contaminação do poço”.

Além disso, a Otis é a única empresa do mercado que possui um dispositivo de monitoramento das cintas de elevador (RBI). Fernando explica que as cintas têm vários cabos no interior dela, então não é possível ver se eles estão se deteriorando. “O nosso equipamento é o único com um sensor que verifica as condições dos cabos e sinaliza a manutenção que está chegando a hora de trocar a cinta”.

Papel dos elevadores no desenvolvimento de edifícios inteligentes

A invenção do elevador seguro, idealizado pela Otis, permitiu que os edifícios nos anos 1900 começassem a ter mais pisos. A partir de então, as cidades foram crescendo verticalmente e, no Brasil, várias capitais estão projetando prédios altos, como os chamados arranha-céus.

Fernando enfatiza que sem essa segurança não seria possível ter um prédio de 20 andares ou mais. Isso permitiu que “as construtoras tivessem retorno sobre os investimentos, até porque o preço do metro quadrado nas capitais quadrado aumenta cada vez mais. Então elas precisam fazer mais pisos para comercializar”.

A Otis está presente em grandes obras mundiais

Para finalizar, Fernando Peiter aponta que a grande tendência no segmento é ter cada vez mais elevadores conectados a outros sistemas dos prédios. A empresa continua investindo e expandindo o portfólio para atender melhor esse mercado no Brasil e no mundo. 

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